quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A ARVORE DA VIDA



"Na arvore da vida, você colhe aquilo que planta. Plantou coisa errada, colherá coisa errada. Acontece que o tempo, como dizem, é o senhor da razão, e não acreditando nisso, imediatistas, não observamos que a colheita, cedo ou tarde, chegará. Nos esquecemos da importância que existe no cultivo desse plantio. No início a arvore é apenas um ramo frágil, que precisa de proteção, mas no futuro, se sobreviver, se você acreditar, será uma arvore forte capaz de aguentar as intemperes da natureza, da vida, se manterá de pé e trará bons frutos. Cultivar a nossa própria arvore é levar a vida com equilíbrio. Mas diferente do que se imagina equilíbrio não é manter a balança centralizada, mas sim em constante movimento. Como nas ondas sonoras, a amplitude das ondas significa música, já a linha continua significa silencio, morte. O movimento para cima e para baixo, grave e agudo, perder e ganhar, ter medo e acreditar, cria a harmonia da vida e fortalecem o seu crescimento.
Cuidado com aquilo que você está plantando.
Cuide bem da sua arvore!"
- Tiago Ferigoli


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Comunicação com conteúdo. Vender, mas tembém educar

Entrevista para editora Photos
Publicado em 
13 jul 2013

Hoje fala-se muito em responsabilidade social, mas esquecemos que isso está presente em nosso dia a dia, naquilo que fazemos no nosso trabalho, nas ruas e na nossa casa. E quando o trabalho é comunicação, isso se torna ainda mais importante, pois hoje tudo é muito rápido, tudo está muito acessível. Texto e fotos: Tiago Ferigoli.
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Vemos um mar de informação, mas com pouco, ou quase nada, de conteúdo. De quem é a responsabilidade disso? Vemos inúmeros anúncios fúteis, com o propósito único e exclusivo de vender o produto. Esses anúncios “esquecem” que venderiam muito mais se fizessem com que as pessoas se identificassem com eles, não pela beleza de uma foto esteticamente bem tirada, mas sim, por tornarem a sua vida melhor e mais digna. A propaganda precisa colocar as pessoas para refletir sobre elas mesmas.
2Existem diferentes realidades espalhadas pelo mundo, mas todas ligadas em um só propósito, a sobrevivência. Não seria bom se pudéssemos comprar uma roupa, sabendo que a sua venda gera uma ação filantrópica? E como podemos inserir cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade nas futuras marcas enxergando da ótica da necessidade e não do consumismo? Sem dúvida nenhuma que essa discussão começa na educação. As universidades precisam ensinar o indivíduo a pensar no coletivo, e não apenas no seu próprio sucesso. Seja um arquiteto ou um publicitário, ou qualquer outro profissional, o seu trabalho precisa atuar no coletivo, precisa ser sustentável. Só assim poderemos mudar o mundo.
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As ferramentas nunca foram tão acessíveis como hoje, em alguns segundos somos capazes de postar milhares de informações para milhares de receptores. Mais uma vez, onde fica a responsabilidade disso? E se o Instagram pudesse “avaliar”, e até premiar, as postagens mais socialmente responsáveis? E se o Facebook pudesse ajudar a divulgar, por meio de alguma avaliação, postagens com conteúdo realmente relevante, como o trabalho de alguma ONG, por exemplo? E por aí vai. O resumo de tudo isso é que responsabilidade social é unir forças, fazer pelo próximo e por você, também. Quando pensamos assim, geramos empatia. E tudo fica mais fácil de vender quando se tem credibilidade.
Infelizmente, assuntos como sustentabilidade e responsabilidade social ainda enfrentam muito preconceito. Primeiro porque muitos ainda acham que trabalho socialmente responsável é sinônimo de ajudar ONGs no final de semana, com trabalho voluntário. A maioria das pessoas ainda não compreende que atuar socialmente é, por exemplo, respeitar o próximo. Quando vemos um orelhão quebrado nas ruas, não nos importamos, pois imaginamos que isso não nos afeta, e com isso, esquecemos que aquele orelhão foi pago com o dinheiro dos nossos Impostos. Marketing social não é trabalho voluntário.
O segundo preconceito é o capitalismo. Muitas pessoas acreditam que vivemos num mundo regido pelas multinacionais, e que, portanto, atuar socialmente é lutar contra elas, ao em vez de, com elas. Sim, vivemos num mundo capitalista. Mas o capitalismo não é uma máquina. A falta de poder público e o consumismo desenfreado é que alimentam essa estrutura. A responsabilidade é de todos nós. É preciso criar estratégias que sejam boas tanto para as empresas quanto para os cidadãos. Vender, mas também educar. Não adianta sair por aí apenas criticando o sistema. Comunicação com conteúdo significa aproveitar um budget com responsabilidade.
Como diria Dostoievski – o ser humano é o ser que a tudo se habitua. Logo, deveríamos nos habituar com uma postura mais responsável. Portanto, adapte-se, mude, transforme. Quando você atua socialmente, você atua pelo próximo, mas isso significa atuar por você, também. É a corrente do bem onde todos ganham.

Vira-latas, os verdadeiros cães de raça
Tiago Ferigoli vem desenvolvendo, há cinco anos, um projeto social que mudou a sua forma de pensar. Hoje, Ferigoli conta com números para comprovar que ações sociais são eficazes quando o seu planejamento envolve retorno para todos os envolvidos.
O projeto Vira-latas Os verdadeiros cães de raça  é uma ação multimeios voltada para educação e conscientização que também atua de forma filantrópica. Uma das empresas por trás desse projeto é a Pedigree cuja atual campanha Adotar é tudo de bom traduz exatamente tudo que o autor aborda no artigo. Trata-se de uma campanha que visa tirar os cães da rua. Uma vez que estes cães de rua (vira-latas) passam a ter um lar, precisarão se alimentar, logo, precisarão de ração.
Uma campanha publicitária inteligente, que busca minimizar um problema grave (o abandono e os maus tratos), e ao mesmo tempo, amplia o mercado da empresa. O potencial dessa campanha abriu portas para que a Pedigree investisse em ações voltadas para a cultura e educação, que é o caso do projeto Vira-latas Os verdadeiros cães de raça (www.vira-latas.com).
Este projeto, por sua vez, abriu portas para o surgimento de uma nova empresa, com atuação filantrópica, a grife Animi (www.animiweb.com.br).

9*Tiago Ferigoli é publicitário, diretor de cinema, músico e autor de livro. Responsável pela criação de importantes Marcas, há 15 anos atua na área de Propaganda/Marketing, seis anos no cinema e cinco anos na área literária/editorial. Nascido em meio a uma família de artistas, desde cedo teve lápis e papel nas mãos. Os primeiros trabalhos, ainda na adolescência, foram de Ilustrador para periódicos em sua cidade natal, São José dos Campos. Então, logo em seguida, veio a informática e a Internet, e com elas o interesse pela tecnologia ligada à criação.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TRABALHO VOLUNTÁRIO vs REDE SOCIAL

Existe um trabalho que é muito importante para a sociedade. Um trabalho que poucos compreendem o seu real significado. Um trabalho voltado para o coletivo.  Mas infelizmente, ainda visto como alternativo e realizado por poucos. Estamos falando do trabalho voluntário.

O Trabalho voluntário não deveria nem existir. Melhor dizendo, o trabalho que é realizado de forma voluntária, deveria ser realizado de outra forma, remunerada. Ou ainda melhor, deveria estar presente no nosso dia a dia, presente em todas as profissões, na educação, nas escolas. Criou-se este paradigma, porque isso é cômodo. Algo que não se encaixa no sistema, e que por tanto, deve ser realizado como algo alternativo, onde os que realmente acreditam, devem trabalhar de graça em suas horas “vagas”.

Particularmente, a comunicação mundial, hoje, está muito acessível, mas ainda tratada com pouca ou quase nenhuma responsabilidade social. Vemos um volume enorme de notícias até pertinentes, mas com pouca inserção social. Vejamos, por exemplo, as redes ditas sociais, que de sociais mesmo referem-se apenas a quantidade de pessoas envolvidas. Quanto mais amigos você tiver na sua fanpage, mais social você é. Será mesmo? Porque do ponto de vista de responsabilidade social isso não agrega nada. Não seria mais social se, por exemplo, o facebook, o twitter, o linkedin e tantos outros, pudessem, por meio de uma prévia análise, ajudar a divulgar páginas de projetos sociais? Digamos se existisse um critério de “pontuação social”, onde aqueles que desenvolvessem um projeto social fossem valorizados e até motivados a continuar e crescer. Isso sim seria a verdadeira rede social, não apenas pelo volume de usuários, mas também, por atuar de forma produtiva.
Nesse sentido, poderíamos imaginar o inverso também, por exemplo, aqueles que não atuarem, nas redes sociais, com alguma perspectiva social, teria que pagar uma “multa”.

O marketing é quem sustenta toda essa estrutura, afinal, não existiria rede social se não houvesse investimento, e ele por sua vez, também precisa ser retrabalhado. Hoje, marcas que investem em campanhas sociais, ao mesmo tempo, agregam empatia e com isso vendem mais, pois todos nós nos envolvemos mais, acreditamos mais, em produtos com os quais nos identificamos mais. É a corrente do bem, mas também, parte deste mundo capitalista em que vivemos.  O fato é que ainda estamos no início desta caminhada, ainda não sabemos como “aproveitar” desta estratégia social.
O grande paradoxo dessa história é que, se formos analisar de perto, considerando os modelos autuais, veremos que aqueles que conseguem tempo para trabalhar de forma voluntária mesmo após uma jornada dura de trabalho remunerado, são de fato pessoas excepcionais e que por tanto, as que mais deveriam receber por isso.

O dia em que o trabalho o qual hoje é realizado de forma voluntária, não for visto como algo “alternativo”, e estiver presente na nossa cultura diária, haverá um aumento significativo na qualidade de vida dos seres humano. Colocamos preço em tudo, mas poucas são as coisas de fato têm valor.