segunda-feira, 10 de março de 2014

A RECEITA DA EFICIÊNCIA

As pessoas costumam me perguntar como se deve fazer para ter uma campanha publicitária eficiente. A minha resposta é sempre a mesma. Imagine a sua campanha como se fosse um bolo de chocolate (mais adiante você irá entender esta analogia). Mas neste nosso bolo de chocolate teremos apenas três ingredientes. A palavra ingrediente aqui é muito importante. Poderíamos até substituir a palavra ingrediente por “etapas”, afinal, iremos analisar uma a uma separadamente, como etapas de um trabalho, mas na prática elas acontecem ao mesmo tempo, misturadas, por isso prefiro “ingredientes”. Outro ponto importante é que os nossos três ingredientes não estão prontos, nós iremos criar cada um deles. E porque bolo de chocolate? Simples. A minha receita pode não ficar igual a sua, as proporções dos ingredientes podem ser diferentes, mas o importante é que, no final, tanto o meu bolo quanto o seu, precisa ser um bolo de chocolate e não uma torta de maçã. E por melhor que o seu bolo possa ser, nem todas as pessoas gostam de bolo de chocolate. Na verdade, algumas pessoas nem gostam de chocolate, ou simplesmente estão de regime. E isso é o mercado. O mundo capitalista leva em consideração outros pontos que vão além da receita da sua campanha publicitária.

Vamos ao nosso bolo de chocolate.

Ingrediente 01 - O planejamento
Você conhece bem o seu produto? Organizar as ideias, pesquisar, brainstorming e por ai vai. O planejamento é o inicio de tudo, o primeiro dos ingredientes. Aqui é o momento para você se fazer perguntas, tais como: Quem? Quando? Como? Onde? O quê? Por quê? E por ai vai... Várias pessoas me apresentam a logomarca da sua própria empresa, mas quando pergunto o significado dela, a pessoa não sabe me explicar. Muitas pessoas possuem website, mas não tiram proveito nem da metade do seu potencial. Estes e tantos outros exemplos demonstram que muitas e muitas pessoas, criam suas campanhas publicitárias se preocupando muito mais com a beleza estética do que com a sua função em si. Isso é quase que a mesma coisa que começar a construção de uma casa escolhendo o quadro da parede, antes mesmo de ter erguido uma única parede. Os nossos três ingredientes possuem a mesma importância, precisam estar em harmonia, mas o planejamento é o ingrediente que precisa de maior atenção, de maior tempo no preparo. Não planejar significa perder dinheiro.

Ingrediente 02 - A criação
Não complique. A criatividade está na função, fazer muito com pouco. É mais importante ser eficiente e vender, do que ter um design caríssimo sem significado, ou pior ainda, que ninguém entende. Muitas vezes a criatividade nem está em descrever o produto em si, mas sim em como coloca-lo diante do consumidor. Você já deve ter comprado algum produto, cuja embalagem, era tão bonita e funcional, que você acabou utilizando-a como um belo porta-lápis. Aqui a embalagem torna-se um subproduto. E em termos de publicidade, fazer com que um produto faça pare do dia a dia das pessoas, é algo extremamente importante, pois ajuda a fixar ainda mais a sua marca na memória do consumidor. A criação é um ingrediente que jamais pode ser utilizado sozinho.

Ingrediente 03 - Responsabilidade Social
Poderia até chamar este ingrediente de “tempero”. Algo capaz de revolucionar o seu bolo, a sua campanha publicitária. Um diferencial sem igual. Algumas pessoas utilizam por modismo e outras, infelizmente, ainda nem utilizam. Agregar responsabilidade social a sua marca é algo que considero estrategicamente e socialmente imprescindível, tanto do ponto de vista capitalista, como estratégia para alavancar as vendas, bem como cidadão deste planeta, utilizando as ferramentas de comunicação com mais responsabilidade, a fim de melhoramos o meio em que vivemos, e consequentemente, o mercado. Uma coisa leva a outra. Como diria Marshall McLuhan, o pai da comunicação mundial: “- O homem cria a ferramenta. A ferramenta recria o homem.” Tornar o cidadão mais culto, através da sua campanha publicitária, é melhorar o seu próprio mercado consumidor. Uma marca “socialmente responsável” gera empatia, identificação com o público.  Empatia gera mídia espontânea. Pensando no nosso bolo de chocolate, todos nós sabemos que é sempre melhor comer num restaurante que você conhece como funcionamento a cozinha. Certo? Conseguir um cliente é difícil, mas mantê-lo é muito mais difícil. Então mostre que você realmente se importa com ele.

Com estes três ingredientes, posso lhe garantir que o seu bolo de chocolate está pronto para ser consumido. Mas lembre-se que para colher os frutos é preciso esperar a arvore germinar, o seu trabalho é rega-la todos os dias e protege-la das intemperes da vida. Campanhas publicitárias não trazem resultados da noite para o dia. É preciso ter paciência e dedicação.

Vender mas também educar.
Apresento aqui algumas campanhas publicitárias que considero um ótimo exemplo de como se deve fazer um bolo de chocolate, com todos os ingredientes misturados na medida certa.

Adotar é tudo de bom.
campanha PEDIGREE

Avon Evoltion



Tree - keep walking
campanha Johnny Walker


Chique é ter Atitude! Coleção VLcampanha grife ANIMI



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Até mais!





segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O ritmo da Comunicação

A vida do homem é cercada de acontecimentos rítmicos o tempo todo. Começando na gestação, com o bater do coração, depois com outras frequências biológicas, como as do respirar, piscar os olhos, caminhar, os acontecimentos repetidos de sono e vigília, e por ai vai.

As frequências biológicas do próprio corpo foram fundamentais para as noções de tempo e a criação do relógio, bem como no desenvolvimento de artes relacionadas ao tempo, como a música, por exemplo. E é sobre isso que iremos falar: a trilha sonora na comunicação.

Seja em um anúncio comercial, seja no cinema, a música desempenha papel fundamental na maneira como o interlocutor (todos nós), interpreta a mensagem que pretendemos passar. Diferente do que algumas pessoas imaginam, a dinâmica dessa mensagem, o seu sucesso, é na verdade o equilíbrio entre a imagem e o som, elementos que compõe a harmonia necessária para se ”vender” uma ideia. Hoje já existem profissionais especializados neste tipo de trabalho denominado áudio design.

No meu trabalho, como compositor e arranjador de trilhas sonoras, procuro experimentar diferentes arranjos e harmonias, misturando composições clássica com temperos eletrônicos. Graças a uma infinidade de recursos digitais que temos disponíveis, hoje é possível elaborar trilhas sonoras sofisticadas em pouco tempo a custos bem mais acessíveis.

Investir em trilhas sonoras, além de possibilitar a originalidade intelectual do seu projeto, evitando, entre outras coisas, problemas Legais, abre portas para a possibilidade de ter a sua trilha sonora ser reconhecida como um sub produto do seu projeto, a qual poderá ser utilizada, por exemplo, em diversos outros projetos, expandindo ainda mais a sua comunicação.


Conheça abaixo alguns dos meus últimos projeto com trilhas sonoras originais, compostas e executadas por mim.





quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A ARVORE DA VIDA



"Na arvore da vida, você colhe aquilo que planta. Plantou coisa errada, colherá coisa errada. Acontece que o tempo, como dizem, é o senhor da razão, e não acreditando nisso, imediatistas, não observamos que a colheita, cedo ou tarde, chegará. Nos esquecemos da importância que existe no cultivo desse plantio. No início a arvore é apenas um ramo frágil, que precisa de proteção, mas no futuro, se sobreviver, se você acreditar, será uma arvore forte capaz de aguentar as intemperes da natureza, da vida, se manterá de pé e trará bons frutos. Cultivar a nossa própria arvore é levar a vida com equilíbrio. Mas diferente do que se imagina equilíbrio não é manter a balança centralizada, mas sim em constante movimento. Como nas ondas sonoras, a amplitude das ondas significa música, já a linha continua significa silencio, morte. O movimento para cima e para baixo, grave e agudo, perder e ganhar, ter medo e acreditar, cria a harmonia da vida e fortalecem o seu crescimento.
Cuidado com aquilo que você está plantando.
Cuide bem da sua arvore!"
- Tiago Ferigoli


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Comunicação com conteúdo. Vender, mas tembém educar

Entrevista para editora Photos
Publicado em 
13 jul 2013

Hoje fala-se muito em responsabilidade social, mas esquecemos que isso está presente em nosso dia a dia, naquilo que fazemos no nosso trabalho, nas ruas e na nossa casa. E quando o trabalho é comunicação, isso se torna ainda mais importante, pois hoje tudo é muito rápido, tudo está muito acessível. Texto e fotos: Tiago Ferigoli.
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Vemos um mar de informação, mas com pouco, ou quase nada, de conteúdo. De quem é a responsabilidade disso? Vemos inúmeros anúncios fúteis, com o propósito único e exclusivo de vender o produto. Esses anúncios “esquecem” que venderiam muito mais se fizessem com que as pessoas se identificassem com eles, não pela beleza de uma foto esteticamente bem tirada, mas sim, por tornarem a sua vida melhor e mais digna. A propaganda precisa colocar as pessoas para refletir sobre elas mesmas.
2Existem diferentes realidades espalhadas pelo mundo, mas todas ligadas em um só propósito, a sobrevivência. Não seria bom se pudéssemos comprar uma roupa, sabendo que a sua venda gera uma ação filantrópica? E como podemos inserir cidadania, responsabilidade social, sustentabilidade nas futuras marcas enxergando da ótica da necessidade e não do consumismo? Sem dúvida nenhuma que essa discussão começa na educação. As universidades precisam ensinar o indivíduo a pensar no coletivo, e não apenas no seu próprio sucesso. Seja um arquiteto ou um publicitário, ou qualquer outro profissional, o seu trabalho precisa atuar no coletivo, precisa ser sustentável. Só assim poderemos mudar o mundo.
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As ferramentas nunca foram tão acessíveis como hoje, em alguns segundos somos capazes de postar milhares de informações para milhares de receptores. Mais uma vez, onde fica a responsabilidade disso? E se o Instagram pudesse “avaliar”, e até premiar, as postagens mais socialmente responsáveis? E se o Facebook pudesse ajudar a divulgar, por meio de alguma avaliação, postagens com conteúdo realmente relevante, como o trabalho de alguma ONG, por exemplo? E por aí vai. O resumo de tudo isso é que responsabilidade social é unir forças, fazer pelo próximo e por você, também. Quando pensamos assim, geramos empatia. E tudo fica mais fácil de vender quando se tem credibilidade.
Infelizmente, assuntos como sustentabilidade e responsabilidade social ainda enfrentam muito preconceito. Primeiro porque muitos ainda acham que trabalho socialmente responsável é sinônimo de ajudar ONGs no final de semana, com trabalho voluntário. A maioria das pessoas ainda não compreende que atuar socialmente é, por exemplo, respeitar o próximo. Quando vemos um orelhão quebrado nas ruas, não nos importamos, pois imaginamos que isso não nos afeta, e com isso, esquecemos que aquele orelhão foi pago com o dinheiro dos nossos Impostos. Marketing social não é trabalho voluntário.
O segundo preconceito é o capitalismo. Muitas pessoas acreditam que vivemos num mundo regido pelas multinacionais, e que, portanto, atuar socialmente é lutar contra elas, ao em vez de, com elas. Sim, vivemos num mundo capitalista. Mas o capitalismo não é uma máquina. A falta de poder público e o consumismo desenfreado é que alimentam essa estrutura. A responsabilidade é de todos nós. É preciso criar estratégias que sejam boas tanto para as empresas quanto para os cidadãos. Vender, mas também educar. Não adianta sair por aí apenas criticando o sistema. Comunicação com conteúdo significa aproveitar um budget com responsabilidade.
Como diria Dostoievski – o ser humano é o ser que a tudo se habitua. Logo, deveríamos nos habituar com uma postura mais responsável. Portanto, adapte-se, mude, transforme. Quando você atua socialmente, você atua pelo próximo, mas isso significa atuar por você, também. É a corrente do bem onde todos ganham.

Vira-latas, os verdadeiros cães de raça
Tiago Ferigoli vem desenvolvendo, há cinco anos, um projeto social que mudou a sua forma de pensar. Hoje, Ferigoli conta com números para comprovar que ações sociais são eficazes quando o seu planejamento envolve retorno para todos os envolvidos.
O projeto Vira-latas Os verdadeiros cães de raça  é uma ação multimeios voltada para educação e conscientização que também atua de forma filantrópica. Uma das empresas por trás desse projeto é a Pedigree cuja atual campanha Adotar é tudo de bom traduz exatamente tudo que o autor aborda no artigo. Trata-se de uma campanha que visa tirar os cães da rua. Uma vez que estes cães de rua (vira-latas) passam a ter um lar, precisarão se alimentar, logo, precisarão de ração.
Uma campanha publicitária inteligente, que busca minimizar um problema grave (o abandono e os maus tratos), e ao mesmo tempo, amplia o mercado da empresa. O potencial dessa campanha abriu portas para que a Pedigree investisse em ações voltadas para a cultura e educação, que é o caso do projeto Vira-latas Os verdadeiros cães de raça (www.vira-latas.com).
Este projeto, por sua vez, abriu portas para o surgimento de uma nova empresa, com atuação filantrópica, a grife Animi (www.animiweb.com.br).

9*Tiago Ferigoli é publicitário, diretor de cinema, músico e autor de livro. Responsável pela criação de importantes Marcas, há 15 anos atua na área de Propaganda/Marketing, seis anos no cinema e cinco anos na área literária/editorial. Nascido em meio a uma família de artistas, desde cedo teve lápis e papel nas mãos. Os primeiros trabalhos, ainda na adolescência, foram de Ilustrador para periódicos em sua cidade natal, São José dos Campos. Então, logo em seguida, veio a informática e a Internet, e com elas o interesse pela tecnologia ligada à criação.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TRABALHO VOLUNTÁRIO vs REDE SOCIAL

Existe um trabalho que é muito importante para a sociedade. Um trabalho que poucos compreendem o seu real significado. Um trabalho voltado para o coletivo.  Mas infelizmente, ainda visto como alternativo e realizado por poucos. Estamos falando do trabalho voluntário.

O Trabalho voluntário não deveria nem existir. Melhor dizendo, o trabalho que é realizado de forma voluntária, deveria ser realizado de outra forma, remunerada. Ou ainda melhor, deveria estar presente no nosso dia a dia, presente em todas as profissões, na educação, nas escolas. Criou-se este paradigma, porque isso é cômodo. Algo que não se encaixa no sistema, e que por tanto, deve ser realizado como algo alternativo, onde os que realmente acreditam, devem trabalhar de graça em suas horas “vagas”.

Particularmente, a comunicação mundial, hoje, está muito acessível, mas ainda tratada com pouca ou quase nenhuma responsabilidade social. Vemos um volume enorme de notícias até pertinentes, mas com pouca inserção social. Vejamos, por exemplo, as redes ditas sociais, que de sociais mesmo referem-se apenas a quantidade de pessoas envolvidas. Quanto mais amigos você tiver na sua fanpage, mais social você é. Será mesmo? Porque do ponto de vista de responsabilidade social isso não agrega nada. Não seria mais social se, por exemplo, o facebook, o twitter, o linkedin e tantos outros, pudessem, por meio de uma prévia análise, ajudar a divulgar páginas de projetos sociais? Digamos se existisse um critério de “pontuação social”, onde aqueles que desenvolvessem um projeto social fossem valorizados e até motivados a continuar e crescer. Isso sim seria a verdadeira rede social, não apenas pelo volume de usuários, mas também, por atuar de forma produtiva.
Nesse sentido, poderíamos imaginar o inverso também, por exemplo, aqueles que não atuarem, nas redes sociais, com alguma perspectiva social, teria que pagar uma “multa”.

O marketing é quem sustenta toda essa estrutura, afinal, não existiria rede social se não houvesse investimento, e ele por sua vez, também precisa ser retrabalhado. Hoje, marcas que investem em campanhas sociais, ao mesmo tempo, agregam empatia e com isso vendem mais, pois todos nós nos envolvemos mais, acreditamos mais, em produtos com os quais nos identificamos mais. É a corrente do bem, mas também, parte deste mundo capitalista em que vivemos.  O fato é que ainda estamos no início desta caminhada, ainda não sabemos como “aproveitar” desta estratégia social.
O grande paradoxo dessa história é que, se formos analisar de perto, considerando os modelos autuais, veremos que aqueles que conseguem tempo para trabalhar de forma voluntária mesmo após uma jornada dura de trabalho remunerado, são de fato pessoas excepcionais e que por tanto, as que mais deveriam receber por isso.

O dia em que o trabalho o qual hoje é realizado de forma voluntária, não for visto como algo “alternativo”, e estiver presente na nossa cultura diária, haverá um aumento significativo na qualidade de vida dos seres humano. Colocamos preço em tudo, mas poucas são as coisas de fato têm valor.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

A FÓRMULA DA CONSTRUÇÃO {parte 02}

Criação, a segunda etapa do trabalho. 

Textos, formas, movimento, som e imagem. Unificar função, inovação e estética: o design. Trabalhar novas mídias, interatividade, e textos mais ousados. Instigar, desafiar, criar novas oportunidades de mercado. Até onde a imaginação puder nos levar.
O processo criativo é fruto de inspiração e dedicação. A dica aqui é: envolva-se. Quanto mais envolvido você estiver com aquilo que pretende vender, mais eficiente será a sua criação. O objetivo final é vender a "mensagem". E esta mensagem precisa ser envolvente, instigante, em outras palavras, criativa.

Aqui fica a dica dois: hoje em dia, trabalhar com responsabilidade social, sustentabilidade, ecologia e etc, agrega empatia e mídia espontânea. Abuse da criação socialmente responsável. Além de vender, você também educa, ensina. Demonstrar responsabilidade na sua comunicação é sinônimo de conhecimento, seriedade e credibilidade.